A Polícia Judiciária, os media, o povo (o mesmo povo que antes batia palmas ao casal McCann...) andam ao sabor das marés. Não param para pensar.

18/10/07

Um rapto







As opiniões dos leitores


Anónima:
“Imaginemos que a criança morre no apartamento, algures ente as 18:30 e as 20:30, vítima de homicídio por negligência ou involuntário (tranquilizantes a mais, traumatismo craniano após abanão ou estalo...). Os pais sabem que isso lhes irá custar a imediata retirada dos gémeos, uma batalha jurídica e eventual detenção por homicídio. É o fim deles e dos filhos. Maddie está morta, não há volta a dar. Resolvem ocultar a morte da filha mais velha para proteger os filhos mais novos.

Deixam o cadáver da filha deitada com o seu ursinho (daí o odor a cadáver) e vão para o restaurante como se nada se passasse. O pai contacta o amigo Murat para os ajudar a ocultar o cadáver, a troco de uma avultada quantia em dinheiro. Este vai ao apartamento, pega na miúda, que sabe estar morta, e esconde-a em sua casa ou em qualquer outro sítio. Entretanto, às 22:00, depois de verificarem que o corpo já havia sido retirado, os pais dão o alarme de rapto. Murat faz questão de ser um dos primeiros a chegar ao apartamento para "sujar" eventuais vestígios seus e, no dia seguinte, aluga um carro (como é sabido) e leva o corpo para um qualquer lugar seguro, onde este se mantenha intacto (provavelmente arca frigorifica).

Murat não resiste em rondar as investigações e o circo mediático que rodeia o local do crime e dá nas vistas. É detido mas alega que está inocente (acha que não há provas que o incriminem).

Apavorados com a detenção de Murat os pais tudo fazem para chamar a atenção para o rapto. A investigação centra-se nesta hipótese. Entre uma criança raptada e um cadáver, a criança tem prioridade – o cadáver não vai a lado nenhum, pode esperar.

Passadas umas semanas, Murat diz aos pais onde está o corpo para que estes o possam enterrar ou cremar (este ao descongelar deixa vestígios no carro). Murat, sob vigilância, dá pistas sobre o que se passou. A investigação dá uma volta e centra-se em encontrar provas que sustentem o homicídio. Novas buscas são feitas ao apartamento, cães especializados em detectar odor de cadáveres são requisitados, o carro é passado a pente fino.

Porque é que Murat não conta a verdade para ficar com a recompensa? Porque a menina está morta e ele é cúmplice no crime. Logo, nunca lhe seria dado um tostão, iria passar uma temporada à prisão e o seu nome ficaria, para sempre, manchado pela morte de Maddie”.
Resposta:

Temos de começar por imaginar os pais em pânico com a morte da filha e as desagradáveis consequências que daí advirão. Como diz – e muito bem – a eventualidade da perda da tutela dos gémeos é um argumento plausível.

A quem recorrer? Aos amigos em férias?

- “Não! Ao meu grande amigo e compincha Roberto Murat. Ele decerto não recusará passar a ser cúmplice neste homicídio, além de que os 20 mil euros que lhe darei, dada a sua precária situação financeira, decerto o ajudarão a decidir-se em participar no crime”.

“Amigo e compincha”... Será que é? Ao ponto de saberem de antemão que não recusaria, passando, nesse caso, a haver mais uma pessoa a saber do sucedido? Algum leitor imagina algum seu “amigo e compincha” fazer isso por si? Se houvesse largas somas de dinheiro envolvidas, decerto a PJ teria detectado tais transferências interbancárias. Não me parece que os McCann possuíssem dinheiro vivo em montantes razoavelmente elevados.

Quem a troco de quê, aceitava participar na ocultação do cadáver de um crime em que não participara? A aquiescência de Murat em executar essa macabra tarefa, só faria sentido se este estivesse presente no apartamento na altura da morte de Madeleine e de alguma forma, parte do homicídio lhe pudesse vir a ser imputado. Esta hipótese, contudo, cai por terra, na segunda contestação que faço mais abaixo.

Teria já Murat, (apanhado de surpresa), um esconderijo próximo e suficientemente seguro (não teve tempo para se afastar muito) ao ponto de Madeleine não ser descoberta nos dias seguintes? Esse esconderijo inspiraria tanta confiança ao casal McCann ao ponto de instigarem a polícia, a todas as buscas possíveis?

A arca congeladora de sua casa ou de outra de que possuísse a chave...

Nos dias seguintes não poderia remover daí o cadáver, dada a agitação em torno do caso. Depois de ter sido apontado como suspeito, toda a sua vida foi decerto investigada. Certamente teve de explicar à polícia em que fechadura entrava cada uma das chaves existentes na sua casa e no seu escritório. Se Robert Murat escondesse a criança numa qualquer casa a que tivesse acesso, a nossa polícia tinha-o caçado.

As horas em que a leitora coloca Murat a remover o cadáver do apartamento dos McCann, coincidem com as horas em que o presumível rapto terá acontecido. Acredita mesmo que todos os movimentos de Murat, nessas várias horas, não foram múltiplas vezes verificados pela Polícia Judiciária? Onde esteve, com quem esteve, o que fez, a quem telefonou... Todos os movimentos de Murat, naquele fatídico dia, foram seguramente examinados à lupa pela Polícia Judiciária. Tenho a certeza que fizeram um trabalho irrepreensível, nisto a nossa polícia é das melhores.

Finamente, o grande e omnipresente argumento que tem vindo a aparecer em toda a minha análise: a ter acontecido o que a leitora imagina, porque marcariam a hora da descoberta do falso rapto para as 22:00 horas? Sabiam que mais tarde viria a parecer estranho o facto das crianças ficarem sozinhas em casa, hipoteticamente sedadas. Nessa altura, (muito pouco tempo depois da remoção do cadáver), Murat teria de fazer tudo muito rapidamente e debaixo da pressão das horas.

Logicamente que os McCann dariam muito mais tempo a Murat para executar a sua tarefa. A "descoberta" da falta da filha seria encenada para o começo da manhã, falseando o arrombamento de uma janela durante a noite, (por exemplo) e, sobretudo, afastando para longe o espectro de pais desleixados, que deixam filhos abandonados em casa.

A haver participação de Robert Murat as coisas passar-se-iam, com toda a lógica, de maneira absolutamente diferente no que toca à hora da “descoberta” de um encenado rapto.
A presença de Rober Murat nos dias seguintes, junto à cena do crime, indicia apenas algum voluntarismo de alguém, da mesma nacionalidade que as vítimas que, por entender português, entende poder ser útil. Ainda porque reside muito próximo do local em que tudo se desenrola e ter suficiente tempo livre para seguir, ao vivo, a evolução dos acontecimentos.

A sua indiciação como suspeito acontece, quando a 15 de Maio, Lori Campell, uma jornalista inglesa do "Sunday Mirror", decide considerar Murat como culpado do rapto.

Caso eu tivesse continuado estas crónicas, no capítulo em que abordaria os comportamentos e as motivações deste inglês de 32 anos, iria deixar para reflexão o porquê da denuncia feita por Lori Campell. Tal como Murat foi investigado e levou a que a Polícia Judiciária nele concentrasse meios, desviando-os da linha traçada para a investigação, também as verdadeiras razões que levaram a jornalista inglesa a denunciá-lo como culpado, deveriam ter sido devidamente investigadas.

Ninguém deveria, de ânimo leve, acusar outrem de um crime tão grave, só porque este tem um olho de vidro e anda por ali, no meio da investigação, armado em intérprete.
De importante mesmo, em minha opinião, no texto da leitora deste blog e que deve estar presente, sempre que se analise a possível participação de qualquer um dos McCann no crime, é o provável temor de que "isso lhes possa custar a imediata retirada dos gémeos".
A perda da tutela das crianças é, certamente, uma forte motivação para que se cometam actos impensados.

AZ

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Brilhante análise, inteligente e académica.

Este " fait divers" ainda vai fazer correr muita tinta.

Entretanto vou lendo as suas reflexões! Afinal ainda existem Portuguêses capazes de raciocinio! "Estou hà 37 anos fora de Portugal e por vezes quando da leitura ou debate dos meus compatriotas fico triste, muito triste...

A. R.-A. Nantes

Resposta:

Obrigado caro compatriota.

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OLA Analista Zero

São Paulo,outubro de 2007-10-27
*Meu nome e Sandra Susi, resido em São Paulo-Brasil. Sou formada assistente social, trabalhei durante 9 anos nesta área, mas há quase 10 anos me dedico às ciências ocultas, paranormalidade, reide, feng shui, tenho laudo parapsicometrico feito pelo Fero Artemio Longhi, Doutor emPsicologia e Parapsicólogo, criador do Laudo Parapsicométrico (MétodoLonghi). -que verificou o grau da minha paranormalidade.*
*Há mais de um mês, tenho mantido contato parapsico-espiritual com Maddie, e com seus pais, e tenho visualizado vários fatos que acredito possam contribuir para a solução deste caso.*
*No dia 3 de maio de 2007, Maddie foi levada por uma mulher, por volta de 21:43 min.*
*A mulher que visualizei tem aproximadamente 27 a 30 anos de idade, magra, 165 de altura, cabelos escuros, europeia, mas nao parece ser portuguesa, olhos verdes, de boa aparência.*
*Esta mulher ou esteve hospedada no hotel, ou conhecia todo processo interno do local. Ela retirou a menina, pela porta e não pelas janelas, enrolou acriança num cobertor de cor clara, parece rosado, e entregou –a para um outro homem.*
*Este homem, aparenta de 35 a 40 anos, pele morena, cabelos escuros, quase negros,1,70 de altura e parece usar óculos de grau.*
*Na mesma noite, usou um barco e seguiu pelas águas, ao norte de Algarve, sentido Sesimbra.*
*O local que visualizei tem uma ponte, pode se ver uma rua em forma de L invertido e casas parecidas e meio antigas, de pedra. Tem muitas pedras, barcos parados, vejo um barco com nome de ANN ANNIE, MARIAN tem muitas crianças... e coisas que crianças gostam... Este homem levou Maddie ate ao raptor.*
*O RAPTOR*
*O raptor e um homem forte, obeso 1,80 cm aproximadamente, 87 kilos, hoje já esta mais magro, esta com a pele bronzeada, esta muito desequilibrado emocionalmente, poucos amigos, separado, tímido, esta assustado, personalidade impaciente, problemas de relacionamento, muda constantemente de humor muitas vezes o vejo com sentimento de ódio.*
*Veste se muito bem, e com boa qualidade de roupa, freqüenta bons lugares, fala vários idiomas, ele tem dinheiro, mais um detalhe ele gosta de jogar golfe e adora cavalos.*
*Tem fortes ligações com a Inglaterra, e parece ter cidadania inglesa esta em pânico, pois nao esperava que o caso Maddie ficasse conhecido no mundo. Ele planejou este seqüestro, e uma pessoa extremamente inteligente, mas tem dificuldades em exteriorizar os sentimentos.*
*Sabia das férias dos Mccann, onde iriam, quais os hábitos, tenho a sensação de que ele conhecia muito bem os hábitos desta familia. Isto tudo foi estrategicamente planejado.*
*Tive varias visões deste homem, descendo de um carro prata, indo a direção de uma casa branca, parece ser um outro local , diferente dos primeiros dias, mas vi a Maddie dentro da casa, com mais duas mulheres lá dentro que cuidam de maddie e de outras crianças... maddie esta viva vejo aperguntando da mãe o tempo todo, ela esta com o cabelo mais curto e mais escuro, vi que ela esta viva, ainda *
*em Portugal, neste momento 2 mulheres que tomam conta para ele (que são 2 mulheres por volta de uns 30 anos de pele claríssima), assim ele o raptor transita livremente entre Portugal e Inglaterra. Tenho a sensação de que o raptor conhece o pai de Maddie.*
*Ele me transmite um forte sentimento por Maddie, que muitas vezes sinto o com um carinho imenso pela menina, como se já a conhecesse, e por instantes sinto o com desejos como de um pedofilo.*
*Logo que comecei a estudar este caso, a primeira visão que tive foi de que o raptor, faz filmes infantis e usaria Maddie para ganhar seus milhões, e também que por algum motivo, ele teria feito isto por raiva, vingança.*
*Tive uma visao, deste homem próximo do pai de maddie, vi folhas caídas no chão e parecia outono, por tudo isto digo ' isto foi planejado."...seja por um pedófilo ou ligado a familia, ou mesmo alguém querendo se vingar da familia por questões, políticas-sociais.*
*21/10/2007–visualizei o mapa de portugal-para encontrar o local mais próximo de Maddie*
*e vi alguns locais, que ela estará ate os próximos dias, pois ele esta apavorado e mudara mais para o norte, ira pela estrada de carro.*
*Estarei anexando o mapa para facilitar.*
*Vejo a maddie relativamente bem, esta sendo bem tratada, emocionalmente confusa, chama pela mãe e pai..*
*localização**:*
*A policia não a consegue localizar pelo fato de que a Maddie com suas acompanhantes, estarem mudando constantemente de endereços, esta e a nova técnica.*
*Outro detalhe ; o cabelo de maddie esta mais curto e a cor diferente, mais castanho.*
*A policia terá de ir ao encontro investigativo do possível raptor, porque eles estão mudando de local, a todo instante.*
*O raptor ira para outro país de carro assim resolvi marca luz para ajudar nas investigações as fotos e o mapa está anexado a este relatório.*
*24/10/2007-o raptor foi mais para o Norte de Portugal, onde vejo uma casa parece no campo, antiga, meio isolada.*
*25/10/2007- A casa que vi fica entre PORTUGAL E ESPANHA.*
*Parece ser uma casa de campo, uma parte e de madeira, tem 3 andares, ou e um sótão que fica no alto.*
*26/10/2007- o retrato falado nos jornais sobre o possível raptor não esta correta, Maddie foi retirado do apartamento por uma mulher, que já descrevi acima. Mas levara a policia ao caminho exato das investigações.

Resposta:

As suas premonições não fogem muito ao campo das possibilidades. Contudo devo lembrar três pontos que me parecem ser importantes:

1 - A sua versão envolve demasiada gente a conhecer o destino de Madeleine. Muito provavelmente já alguém se teria deixado seduzir por uma recompensa tão elevada.

2 - A viagem por barco desde o Algarve até Sesimbra, seria obrigatoriamente rastreada pelos serviços de radar costeiros. Dificilmente um barco nessas circunstâncias e nos dias que se seguiram aos acontecimentos, deixaria de ser inspeccionado.

3 - A hora possível para o rapto, pelos meus cálculos, terá sido entre as 21:07 e as 21:15 horas. Pode ser que eu esteja enganado, porque a hora que indica (21:43h.) é também possível. A essa hora contudo deixa de ser válido o possível avistamento do raptor com a criança nos braços, testemunhado por Jane Tanner.

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Analista Zero, se estás tão preocupado com a tua segurança devias encobrir melhor as tuas pegadas... Tens a certeza que não foste tu? Se foste, vais ser apanhado.

Tony Wilson

Resposta:

Fico muito satisfeito por a minha análise poder ser confundida com a própria realidade.

AZ

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li tudo o que vc escreveu sobre Madeleine em seu blog e concordo com a tese sobre sequestro e que realmente o sequestrador estava no complexo turistico, porque vc não entra em contato com os detetives privados dos McCann? e fala tudo o que vc descobriu? por favor, ajude a encontrar Maddie!!!

wal. freitas

Resposta:

Apenas a Polícia Judiciária pode, se assim o entender, tocar ou analisar as pistas que detectei. Contactei a PJ e aguardo resposta.

Aparentemente a PJ pouco liga aos e-mails que se lhes envia.

Não poderei dar as informações que possuo a investigadores privados. Obviamente que em cada dia que passa, as provas que descobri ficarão mais débeis e de menor utilidade. Disso, possivelmente, alguém um dia será responsabilizado.

AZ

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Limitação de responsabilidade:
Kate Healey e Gerry McCann, arguidos no inquérito sobre o desaparecimento de sua filha Madeleine, não foram acusados de qualquer crime e presumem-se inocentes até ao trânsito em julgado de sentença condenatória.

Analista Zero
...Quem é o meu principal suspeito de ter planeado o rapto? - Porque os indícios e as coincidências são óbvias, o suspeito principal é J..., contudo será muito difícil produzir prova que o incrimine, a menos que a polícia encontre o elo fraco da cadeia - o raptor - se este ainda estiver vivo.







Crónicas de um atoleiro anunciado